No segundo dia os trabalhos foram retomados com a mesa formada pelos coordenadores Denise Carneiro, Fernanda Lauria e Paulo José da Silva. Após a leitura foi votado e aprovado o regimento interno por unanimidade.

Em seguida os coordenadores-gerais da Fenajufe Lucena Martins, Sandra Dias e Fabiano dos Santos deram os informes sobre o andamento das lutas da Federação. Lucena destacou o trabalho feito pela coordenação na defesa da minuta do projeto estabelecida na resolução 61 aprovada na Plenária de Belém. Lembrando que foram feitas visitas a presidentes de vários ramos do judiciário.

Sandra Dias pontuou a necessidade da unidade uma vez que os desafios para aprovação do projeto é grande. As diferenças que existem dentro da categoria foram contempladas na resolução e por isso, a importância de se se enxergar como um todo aliado.

Fabiano dos Santos seguiu a mesma linha das coordenadoras anteriores no intuito de que sejam seguidas as resoluções aprovadas e mirem em modernizar o plano se adequando a evolução do judiciário e a disputa orçamentária com a magistratura.

O primeiro painel do dia foi a Análise da efetividade das políticas de enfrentamento às opressões no PJU e MPU (mulher, LGBTQIA+, pretos e pretas e PCD). Aberto pela Coordenadora do Coletivo de Mulheres Mara Helena dos Reis do Sintrajud/SP, Coordenadora da Fenajufe e servidora do TRF 3, Luciana Carneiro. Apresentando números ela falou sobre a importância das mulheres na sociedade e no judiciário, da piora das situações de assédio no período pandêmico e citou casos ocorridos nos últimos anos no Judiciário.

Em seguida foi a vez do graduado em Direito pela UFRJ, técnico judiciário na Justiça Federal do Rio de Janeiro de 1999 a 2004, quando passou a analista judiciário, cargo que até hoje se encontra, e dirigente sindical do Sisejufe/RJ desde 2002, Ricardo de Azevedo Soares. Ele, que é um homem cego, destacou as dificuldades de acesso aos concursos públicos pelas Pessoas Com Deficiência, por barreiras impostas pelos próprios editais. Mas também lembrou que atualmente o capacitismo (nome dado à discriminação aos PCDs), mas que ainda há muito a avançar.

A pós-graduada em Gestão de Pessoas pela Universidade Anhanguera. Graduada em Ciências Sociais pela UFRGS. Técnica judiciária na Justiça Federal do RS, onde integra o Grupo de Trabalho para Ações em Direitos Humanos, Equidade de Gênero, Raça de Diversidades, é servidora eleita para a Comissão de Prevenção e Enfrentamento ao Assédio Moral e Sexual da instituição. Mestra em Governança e Desenvolvimento pela Escola Nacional de Administração Pública (Enap) em Brasília DF, Magali Dantas fez a terceira explanação. Ela questionou até onde vai a vontade da população em geral em questionar às opressões e democratizar o judiciário e acrescentou que o poder judiciário é muito bom em produzir diagnósticos, mas infelizmente não coloca em prática.

Finalizando o painel, o servidor do TRT2 (SP) que trabalha com governança, gestão estratégica e projetos, integrante eleito para a vaga de pessoas negras do Comitê Regional do Programa de Equidade de Raça, Gênero e Diversidade; integrante do Subcomitê de Acessibilidade e Inclusão e do Grupo de Trabalho de Prevenção e Enfrentamento do Assédio Moral, do Assédio Sexual e da Discriminação e Especialista em Administração Judiciária (FGV/SP) e em Direitos Humanos, Responsabilidade Social e Cidadania Global (PUC/RS), Filipe Gioielli Mafalda trouxe várias pesquisas que mostram o aumento da violência contra a comunidade LGBTQIA+ e explicou que, apesar da discriminação existente, o poder judiciário é o mais progressistas entre os três. “Em 2021 foi o primeiro judiciário do mundo a aderir ao pacto de equidade racial da ONU”, afirmou.

Nas intervenções finais o coordenador-geral do SINTRAJURN, Leandro Gonçalves fez um mea culpa de como a maior parte dos sindicatos não se preocupa em atrair a minoria e assumir essas lutas em conjunto. “Vamos buscar criar núcleos dentro do sindicato para tentar atrair e não deixar que seja uma luta separada e sim um dos pontos da luta dos trabalhadores”, afirmou.